Escola de Verão MATLIT-RIT
Introdução
A Escola de Verão MATLIT-RIT é o resultado de uma parceria entre o Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura da Universidade de Coimbra e o Departamento de Inglês do Rochester Institute of Technology. A primeira edição da Escola de Verão decorreu em julho de 2017 (3-8). A segunda edição foi realizada em junho de 2019 (3-8). O curso é lecionado por estudantes do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura (sob a coordenação do Diretor do Programa, Prof. Manuel Portela). É dirigido a estudantes de licenciatura do Rochester Institute of Technology (sob a coordenação dos Profs. Trent Hergenrader e Robert Glick). O curso está estruturado em quatro módulos, um para cada dia, cobrindo diferentes perspetivas sobre as interseções entre literatura e mediação material. Pretende ser uma introdução aos tópicos de investigação do Programa de Doutoramento em Coimbra de forma a ser útil para as práticas académicas e criativas dos estudantes do RIT. A Escola de Verão começa com uma visita guiada à Universidade de Coimbra e termina com uma visita de estudo a locais significativos do património cultural e natural da Região Centro.
Estrutura
Módulo 1: ReCodex (Ana Sabino e Rui Silva)
Módulo 2: Ex Machina 1 (Ana Albuquerque e Aguilar)
Módulo 3: Ex Machina 2 (Mariana Chinellato)
Módulo 4: Vox Media (Tiago Schwäbl)
Nota: Em 2017, a Escola de Verão MATLIT-RIT foi lecionada por Sandra Bettencourt (ReCodex), Diogo Marques (Ex Machina 1), Ana Marques Silva (Ex Machina 2) e Nuno Miguel Neves (Vox Media).
Metodologia de ensino
O curso segue uma metodologia teórico-prática. Cada módulo está dividido em duas sessões de 2h30 (10h00-12h30 e 14h00-16h30). A sessão matinal de cada módulo (10h00-12h30) consiste (1) num momento de exposição teórica, (2) apoiada na análise de obras criativas que exploram materialidades verbais e mediais para a expressão literária e artística, e (3) seguida de um momento de discussão aberta com os estudantes. No momento final da primeira sessão (30 min.), é proposto um trabalho de grupo (para grupos de dois ou três alunos) com base em materiais fornecidos durante a sessão ou disponíveis em linha. A sessão da tarde de cada módulo é dedicada ao desenvolvimento do trabalho prático proposto na sessão da manhã, com base nos conceitos e teorias discutidos e nos trabalhos e materiais disponibilizados. Este trabalho é concluído na primeira parte desta sessão da oficina (1h30) e apresentado por cada grupo na segunda parte (1h00).
MÓDULO 1: RECODEX
Ana Sabino e Rui Silva
Programa
The Reinvention of Reading (Hatherly, 1975):
1. A imagem como origem da escrita;
2. Uma visão histórica dos primeiros poemas visuais;
3. O trabalho de Ana Hatherly como artista/escritora;
4. Outros argumentos para a leitura como um ato criativo;
5. Ler e escrever na era pós-digital.
A artista, escritora e investigadora portuguesa Ana Hatherly inicia A Reinvenção da Leitura afirmando que “[não] devemos esquecer que a escrita alfabética é relativamente recente e que, muito antes disso, a comunicação através de imagens já estava estabelecida. Assim, se queremos estudar a origem da poesia como escrita de um texto, nunca podemos dissociá-la de seu aspecto pictórico ”. Seguiremos as suas orientações e analisaremos alguns exemplos de poemas-imagem, por meio de um levantamento de textos-visuais que precedem os caligramas gregos e se estendem até à poesia experimental do século XX e à literatura nata digital contemporânea. Os poetas concretos começaram usando apenas a palavra como uma unidade de composição, mas logo removeram essa restrição e começaram a trabalhar com o som da fala, a imagem da escrita, a disposição gráfica de elementos na página e com o próprio formato – portanto, ampliando o limites do que é a experiência da leitura. Nesse contexto, a leitura torna-se um gesto produtivo, que ativa os sentidos e o sentido, produzindo sentidos possíveis para o texto-imagem. Este também é o argumento de Johanna Drucker em algumas das suas obras, quando descreve o texto como um conjunto performativo de pistas que dá origem a uma leitura probabilística, ao invés de ser uma entidade autossuficiente em si mesma. O nosso objetivo é elaborarmos um cenário para uma perspetiva pós-digital sobre A Reinvenção da Leitura segundo a noção de escrita pós-digital de Florian Cramer, portanto trabalhando num ambiente que transita, num vai e vem, entre meio digital e analógico. Isso levará à criação de textos visuais pelos estudantes.
Tarefas
Prosseguiremos com a interrogação sobre o que é escrever e o que é ler, num luta prática com o significado, explorando os limites das convenções gráficas, da escrita assémica e do uso de alfabetos alternativos ou outros elementos visuais / verbais a definir pelos estudantes.
Referências e obras
Cramer, Florian (2012). “Post-digital writing”. Electronic Book Review. URL: http://electronicbookreview.com/thread/electropoetics/postal
Drucker, Johanna (2009). “Entity to Event: From Literal, Mechanistic Materiality to Probabilistic Materiality”. Parallax, 15.4: 7-17. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/13534640903208834
Bouchardon, Serge (2013-2015). Separations. URL: http://i-trace.fr/separation/index.php
Hatherly, Ana (1975). “Breve Ensaio Crítico.” A reinvenção da leitura. Lisboa: Futura. Translated as “Short Essay” in Rui Torres and Sandy Baldwin, eds. PO.EX: Essays from Portugal on Cybertliterature and Intermedia. Morgantown, WV: West Virginia Press, 2014. [PDF provided] The original Portuguese version of the book (introductory essay + 19 visual texts) is available at PO.EX: https://po-ex.net/taxonomia/materialidades/planograficas/ana-hatherly-reinvencao-da-leitura-19-textos-visuais/.
MÓDULO 2: EX-MACHINA 1
Ana Albuquerque e Aguilar
Programa
1. E-lit e o cânone literário;
2. Tensão, rutura e continuidade;
3. Remediação;
4. “Autoautor, Autotexto, Autoleitor”;
5. Literatura eletrónica infantil e juvenil.
Nascida de uma longa tradição de experimentação literária, a literatura eletrónica abre “novos horizontes para o literário” (Hayles, 2008). Os meios digitais permitem multimodalidade, interatividade e imersão (Côrtes Maduro, 2017), oferecendo diferentes linguagens e plataformas para (re)criar e (re)contar histórias. No entanto, é interessante observar o diálogo entre a literatura eletrónica e o cânone literário, fixado pelos meios impressos ao longo dos últimos cinco séculos, num processo de retroalimentação que produz novas obras potencialmente canónicas. Patchwork Girl de Shelley Jackson (1995), uma obra-prima de ficção em hipertexto, inspirada em Frankenstein de Mary Shelley e Patchwork Girl of Oz de L. Frank Baum, é um bom exemplo desse processo.
Assim, no módulo 2, focaremos obras digitais que, por meio da remediação (Bolter e Grusin, 2000) de poemas, narrativas, citações ou personagens famosas, criam tensão com o cânone literário e levam também o leitor repensá-lo. Atenção especial será dada a obras criadas para um público mais jovem, uma vez que a literatura eletrónica infantil é um campo muito prolífico para remediar os clássicos (iPoe, 2012; Nosy Crow’s Little Red Riding Hood, 2013; 80 Days, 2014; e outros).
Tarefas
Os estudantes irão explorar algumas das obras digitais por si próprios e, após discussão, irão concetualizar uma obra digital segundo idêntica lógica de remediação de um clássico à sua escolha.
Referências
Hayles, N. Katherine (2008). “Electronic Literature: What is it?” (chapter 1). Electronic Literature: New Horizons for the Literary, Notre Dame: University of Notre Dame. 1-42. Text available at: https://eliterature.org/pad/elp.html
Portela, Manuel (2012). “Autoauthor, Autotext, Autoreader: The Poem as Self-assembled database”. Writing Technologies, vol. 4: 43-74. URL: https://www4.ntu.ac.uk/writing_technologies/current_journal/124936.pdf)
Prieto, Lucas Ramada (2015). “Common Places in Children’s E-Lit. A Journey through the Defining Spaces of Electronic Literature”. Mireia Manresa and Neus Real, eds., Digital Literature for Children: Texts, Readers and Educational Practices. Brussels: Peter Lang. 37-53. DOI: https://doi.org/10.3726/978-3-0352-6577-4
Obras
Rui Torres, Um Corvo Nunca Mais (2009) – https://telepoesis.net/pessoa/menu.html
Rui Torres, Poems in the Middle of the Road (2009) – https://telepoesis.net/streamflowconditions/
Rui Torres, Cantiga (2012) – http://www.telepoesis.net/cantiga
Serge Bouchardon, Vincent Volckaert and Hervé Zénouda, changeEverything (2011) – http://changertout.fr
Kate Pullinger, Andy Campbell et alii, Inanimate Alice (2005-2018) – https://inanimatealice.com/adventures/
Mark Marino, John Murray and Joellyn Rock, Salt Immortal Sea (2018) – http://www.lucidbard.com/elit/saltimmortalsea/
MÓDULO 3: EX-MACHINA 2
Mariana Chinellato
Programa
1. Cinco elementos da Literatura Digital: expandindo o modelo de Aarseth;
2. A noção de escrita sob restrições;
3. Estética da Literatura Generativa (Howe & Soderman, 2009);
4. O génio vs. o motor;
5. A estética da surpresa genuína.
Com base no conceito de Literatura Ergódica de Espen Aarseth, Noah Wardrip-Fruin (2010) sugere uma expansão dos modelos de Aarseth para ler e interpretar Literatura Digital. Essa expansão propõe cinco elementos inerentes ao trabalho digital: dados, processos, interação, superfície e contexto. Esses elementos nos guiarão na análise das obras digitais. Outro foco deste módulo são as três camadas de condicionantes que constituem os meios materiais de produção do literário, referidas por Manuel Portela (2017). Nesse contexto, pretendemos observar e analisar uma série de projetos desenvolvidos com o pacote de ferramentas RiTa para linguagem gerativa, disponível em ambiente Processing, de modo a compreender e discutir a estética da Literatura Gerativa, focando-nos principalmente nas questões de autoria e criatividade.
Tarefas
Após a discussão de aspetos teóricos através da análise de projetos, os estudantes explorarão o pacote de ferramentas RiTa utilizando o código-fonte dos projetos disponíveis, através dos modelos disponibilizados, ou produzindo o seu próprio código.
Referências
Howe, Daniel and A. Braxton Soderman (2009). “The Aesthetics of Generative Literature: Lessons from a Digital Writing Workshop”. Hyperrhiz, 6. URL: http://hyperrhiz.io/hyperrhiz06/essays/the-aesthetics-of-generative-literature-lessons-from-a-digital-writing-workshop.html
Portela, Manuel (2017). “Writing under Constraint of the Regime of Computation”. Joseph Tabbi, ed. The Bloomsbury Handbook of Electronic Literature, London: Bloomsbury. 179-198.
Wardrip-Fruin, Noah (2010). “Five Elements of Digital Literature”. Roberto Simanowski, Jörgen Schäfer, Peter Gendolla, eds., Reading Moving Letters: Digital Literature in Research and Teaching, A Handbook, Transcript Verlag, pp. 29-58. Available at: https://courses.edx.org/asset-v1:DavidsonX+D004x+3T2015+type@asset+block@nwf-BC5-FiveElementsOfDigitalLiterature.pdf
Obras
Disponíveis em: http://rednoise.org/rita/gallery.php
Cada estudante deve selecionar uma ou duas obrasque considere particularmente interessantes. Estas obras foram criadas com o RiTa Toolkit.
Software
Os participantes devem instalar o Processing (disponível em https://processing.org/) e também o RiTa Toolkit no ambiente do Processing.
MÓDULO 4: VOX MEDIA
Tiago Schwäbl
Programa
1. Vocalização, fala, sampling;
2. Escrever, gravar, ler;
3. Vozes dentro e fora das máquinas;
4. Linguagem, eletricidade, código.
Este módulo tenta colocar ou deslocar a voz humana através de diferentes meios e organismos – laringe, instrumentos musicais e outros dispositivos para gravação, imitação ou recuperação de som.
Em stricto sensu, qualquer som aparece e desaparece em consequência da articulação de algum tipo de desencadeador físico, que se configura entre outras possíveis conexões intra-VoxMedia, ou seja, entre uma voz e seu meio sonoro. A perceção do seu funcionamento é fundamental não só para compreender as projeções de som/voz noutros lugares além da boca/corpo humano – como gravura ou escrita – como também para o processo concorrente de imitação e separação gradual, reprodução e emulação de voz (e escrita) independentemente da sua fonte. As formas de registar e perpetuar a memória e a linguagem por meio do som e da escrita – o fonógrafo –caminharam juntas ao longo dos séculos; como disse Shane Butler (2015), a escrita foi e ainda é o primeiro repositório de som. Por exemplo, o fono-autógrafo de Édouard-Léon Scott de Martinville, inventado em 1857, era apenas outra forma de fixar a fala por meio da estenografia (cf. Sterne, 2003); a primeira vibração captada por Scott de uma voz humana só pôde ser recuperada em 2008, mas abriu caminho para o fonógrafo de Edison. Mais recentemente, Felipe Cussen (2015) tentou fazer um álbum de poesia sonora e acabou com a música eletrônica.
Quando os processos já não requerem ar, mas fricção ou eletricidade … quando diferentes métodos são aplicados para o mesmo resultado – voz, neste caso –, algo deve ter mudado – os aviões voam, mas não como pássaros … A mudança de voz(es) dos média, desde a escrita até a tubos de órgão, gramofones, vocoders, texto-para-fala ou motores Siri afetaram direta e retroativamente a própria voz. Algumas questões surgem quanto à presença da linguagem fora do corpo humano (cf. Cayley, 2013). Neste módulo serão escutadas, analisadas e discutidas várias formas de (des)situar uma voz ao longo dos séculos XIX e XX, com um foco final da discussão na utilização do som em obras digitais no início do século XXI.
Tarefa
Tentaremos testar a ausência ou presença da voz recorrendo diferentes meios. O ponto de partida será a voz dos próprios participantes, que buscarão caminhos para a distorção, estranheza, reconhecimento e fidelidade à linguagem, através da gravação, edição e reprodução da voz usando software (Audacity, https://www.audacityteam.org/download/) ou meios mecânicos de recuperação da voz.
Referências
ADORNO, Theodor W. (1934) 1990. “The Form of the Phonograph Record”. Translated by Thomas Y. Levin. October 55: 56–61. DOI: https://doi.org/10.2307/778936
CAYLEY, John. 2013. “Reading and Giving Voice and Language”. Performance Research 18 (5): 10–19. DOI: https://doi.org/10.1080/13528165.2013.828929
DOLAR, Mladen. 2006. “Introduction: Che bella voce!” A Voice and Nothing More. Cambridge, MA: The MIT Press. 3-11.
TOMPKINS, Dave. 2011. “Nearly Enough like That Which Gave Them Birth”. How to Wreck a Nice Beach: The Vocoder from World War II to Hip-Hop, The Machine Speaks. Chicago: Stop Smiling Books. 35-72.
Formadores
Manuel Portela (coord.)
Professor da Secção de Inglês do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Investigador do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. A minha investigação aborda os meios de escrita e leitura e o modo como afetam as formas e práticas literárias. Os projetos em curso abordam a literatura digital e a edição eletrónica a partir da perspetiva dos estudos literários e das humanidades digitais. Os resultados mais significativos dessa investigação podem ser vistos no livro Scripting Reading Motions: The Codex and the Computer as Self-Reflexive Machines (MIT Press, 2013) e no Arquivo LdoD: Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego (CLP, 2017; https://ldod.uc.pt/), cordenado por Manuel Portela e António Rito Silva. Coordeno o Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura da Universidade de Coimbra e a revista MATLIT: Materialidades da Literatura (https://impactum-journals.uc.pt/matlit/index).
Ana Sabino nasceu no Porto, em 1983. A sua carreira académica e profissional foi sempre pautada pela vocação para o livro e para a palavra escrita, nas suas múltiplas facetas. Estudou Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Trabalhou no estúdio FBA, em Coimbra, onde foi responsável, juntamente com o diretor criativo João Bicker, pelo design gráfico da Weltliteratur, exposição de literatura, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, obra que mereceu o prémio Red Dot Design 2009. Posteriormente teve a oportunidade, concedida por uma bolsa Inov-art atribuída pela Direcção-Geral das Artes, de se deslocar ao Brasil para trabalhar com a editora Cosac Naify, em São Paulo: uma editora de arte e literatura especialmente reconhecida pela qualidade das suas edições e dos seus projetos gráficos. Concluiu o mestrado em Teoria Literária, em Lisboa, com a tese intitulada «Literatura para míopes – um olhar atento às questões da forma na teoria literária» (2015), que se centra no cruzamento da forma visual dos livros e teoria literária, com orientação do professor António M. Feijó. A sua tese de doutoramento tem o título de “Instruções de leitura: um estudo sobre convenções de apresentação da palavra escrita”.
Rui Silva é designer gráfico. Formou-se na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 2005, onde desaprendeu quase tudo e cultivou o fascínio por tudo o mais. Iniciou o projeto www.alfaiataria.org com o objetivo de praticar o cortar e colar gráfico em todo o mundo. Desde 2007 tem o prazer de desenhar livros para editoras como Antígona, Orfeu Negro e Dafne. Sofre de um espírito diagramático obsessivo e de um prazer crescente em colaborar com os outros. É ávido colecionador de discos de vinil não anglófonos vindos da restrita região entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, que apresenta em saraus com seu Instituto Fonográfico Tropical. Em 2016 aderiu ao paradigma das materialidades por um período de quatro anos, renovável indefinidamente. A sua tese de doutoramento (em curso) intitula-se “A Condição de Ser Livro: a publicação como prática artística e o livro como artefacto”.
Ana Albuquerque e Aguilar é licenciada e pós-graduada em Estudos Clássicos. É mestre em Estudos Clássicos – Literatura Comparada, com uma tese sobre a obra poética do escritor português Miguel Torga. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Universidade de Paris-Sorbonne. Como professora do ensino secundário, participou em diversos projetos e programas europeus (Comenius, Grundtvig e, mais recentemente, Erasmus +). É também formadora de professores; tem estado envolvida em projetos de língua e literatura portuguesa, e tem várias publicações, incluindo livros didáticos de português. Atualmente é bolseira da FCT no Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura da Faculdade Letras da Universidade de Coimbra. É membro da equipa do projeto de investigação “Alice Inanimada: Tradução de Literatura Eletrónica em Contexto Educacional” (Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra). Entre outros, os seus interesses centram-se nas línguas clássicas, cultura grega (antiga e contemporânea), literatura portuguesa, ensino, livros e leitura. A sua tese de doutoramento (em curso) intitula-se “Educação Literária na Era Digital: O Contributo da Literatura Eletrónica”.
Mariana Chinellato é formada em Comunicação (2002), pós-graduada em Docência Universitária (2003) e licenciada em Português e Inglês (2009), graus atribuídos pela Pontifícia Universidade Católica de Santos no Brasil. Parte do curso de licenciatura em Português e Inglês foi realizado na Universidade de Coimbra (2007-2008). Tem experiência profissional na área de linguística aplicada e ensino de línguas estrangeiras, português como segunda língua e supervisão pedagógica. Experiência profissional académica nas áreas de Literatura Inglesa e Americana, Literatura Portuguesa e Brasileira, Teoria da Literatura, Poesia e Teatro, e Escrita Académica. É Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP-São Carlos, com o projeto “Cidade e Forma Literária: Representações urbanas na literatura brasileira contemporânea”. Atualmente é doutoranda do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura e a sua investigação incide sobre Literatura Gerativa e Sistemas de Geração Automática de Texto. A sua tese de doutoramento (em curso) intitula-se “Linguagem e Criatividade em Sistemas de Geração Automática de Narrativas”.
Tiago Schwäbl nasceu em Coimbra (1985) e cresceu na Ilha Terceira dos Açores. Concluiu o 7º ano de piano no Conservatório de Música do Porto e licenciou-se em flauta na ESMAE [Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo], Porto. Trabalhou em colaboração com os Departamentos de Percussão e Composição, tendo-se envolvido em vários concertos de improvisação e “Música Nova”, como o Festival Música Viva (2007, 2010), onde estrearam obras de Duarte Dinis Silva e Nuno Peixoto de Pinho. Concluiu a pós-graduação em Poesia e Poética na Universidade de Coimbra em 2009-2010 – e apresentou a performance ‘Os Sons It(n)rantes’ em 2010. Continuou os seus estudos na Freie Universität Berlin como Estudante Erasmus e permaneceu na cidade para participar de projetos de música contemporânea e teatro-dança (Compagnie ZwischenWort), trabalhando nas áreas do som e do movimento. É autor (com colaboração de Nuno Miguel Neves) do programa de rádio sobre poesia sonora “Hipoglote: Entre a Voz e a Palavra”, com emissão semanal pela RUC (Rádio Universidade de Coimbra) desde julho de 2016. A sua tese de doutoramento (em curso) intitula-se “shrrshrrsh: Questões de notação na poesia sonora”.